A Emater/RS-Ascar e a Prefeitura de Doutor Ricardo realizaram na última sexta-feira (18/09), no auditório da Prefeitura, a 5ª edição do Encontro Regional de Avaliação de Vinhos do Vale do Taquari. O evento itinerante – a edição anterior ocorreu em Ar...

A Emater/RS-Ascar e a Prefeitura de Doutor Ricardo realizaram na última sexta-feira (18/09), no auditório da Prefeitura, a 5ª edição do Encontro Regional de Avaliação de Vinhos do Vale do Taquari. O evento itinerante – a edição anterior ocorreu em Arvorezinha, em 2014 – contou com a presença de cerca de 40 viticultores de Roca Sales, Anta Gorda, Relvado, Vespasiano Corrêa, Dois Lajeados, Encantado, Ilópolis e Arroio do Meio, além do município sede.

Na ocasião, o público pôde prestigiar palestra com o tema “Produção de Vinho Colonial de Qualidade e Legislação”, ministrada pelo assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar na área de Sistema de Produção Vegetal, Antônio Conte. Em sua fala, Conte ressaltou três aspectos fundamentais para a elaboração de um bom vinho: uvas de qualidade, cuidados durante o processo de produção e um bom armazenamento.

Em outra parte do evento, o público presente participou da avaliação dos vinhos trazidos pelos participantes do encontro. Os aspectos analisados no concurso foram a limpidez, a cor, o aroma e o sabor de cada variedade. Os vinhos à disposição foram elaborados com uvas Niágara, Champagne, Isabel, Bordô e Moscato. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Derli Bonine, não se trata de uma competição. “Nesse caso todos ganham, já que o objetivo é qualificar o processo de elaboração de vinhos”, salienta.

Para Bonine é importante que não se perca essa tradição, que remonta a cultura dos nossos antepassados. “E aí está o grande valor desse evento, que busca promover a troca de conhecimentos, no sentido de garantir a continuidade dessa produção que é uma verdadeira riqueza que possuímos”, observa. De acordo com o agrônomo, a intenção não é qualificar apenas visando a comercialização. “É para que nós, nossos amigos, vizinhos e família possam apreciar um vinho que não vai ser utilizado como tempero para a salada”, ressalta.

Um dos participantes da atividade foi o produtor Neori Paniz, que possui uma cantina na sede de Doutor Ricardo. No local fabrica 60 mil litros de vinhos ao ano com uvas, como, Bordô, Lorena, Niágara, Champagne, Tannat e Isabel. Toda a produção é comercializada, não apenas no RS, mas também para clientes de outros Estados, como o Mato Grosso. “Minha intenção para o próximo ano é qualificar o varejo, com a colocação de queijos e salames para degustação”, projeta o produtor, que também trabalha como serrador de madeira.

O evento – que no próximo ano será realizado em Ilópolis, em data e local a serem definidos – contou com a participação de outras autoridades, como o prefeito Alvimar Lisot. Lisot valorizou o trabalho da Emater/RS-Ascar que, anualmente, realiza cursos, capacitações e eventos voltados a qualificação dos viticultores. “E não apenas nessa, mas em outras áreas, sendo esse processo fundamental, especialmente para quem depende da agricultura para ter uma boa receita”, analisa.

Bonine finaliza ressaltando o fato de a realização do evento ser justamente uma forma de valorizar os produtores que investem no processo artesanal de elaboração de vinhos, sendo também uma forma de avaliar a sua evolução em termos de qualidade. “A ciência já comprovou os benefícios da bebida para a saúde, se tomado com moderação, evidentemente, cabendo a nós trabalhar para o desenvolvimento e o fortalecimento da atividade”, enfatiza.

Antônio Conte destacou que é “o importante é manter a tradição, oshábitos culturais que mantém o uso de vinho como habito alimentar. O vinho distribui a renda gerada desde a produção da matéria prima até o consumidor final, como a produção na cantina, consumidor, fornecedor de matéria prima e tudo o que envolve a cadeia da produção em vários segmentos.” Sobre a importância do vinho no desenvolvimento do turismo ele acredita que além de consumir ou comprar o vinho, as pessoas levam consigo a identidade visual com os valores agregados do local, seja do parreiral, da cantina. “Esses valores de consciência e de identificação podem tornar o lugar agradável e atrativo que, combinado com a gastronomia e outros atrativos vai, também, dividindo e distribuindo renda e agregando valor a lembrança local”.

Data de publicação: 19/09/2015